Jogos 29 e 30 de Novembro

29 Novembro - Sub 18 Mas: Academia de Basquetebol - SC Marinhense 14:30 / Sub 16 Fem: Academia Becoimbra - BC Cantanhede 16:3030 Novembro - Sub 14 Masc Sampaense - Academia de Basquetebol 11:00 / Sub 12 Fem e Mas Academia de Basquetebol - Olivais Coimbra 16:30 / Sub 16 Masc Sampaense - Academia de Basquetebol 16:00

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Educando Desportivamente



Texto de Rafael Cândido Batista

"Quando ganhar é tudo, fazemos tudo para ganhar" (Nicholas, 1989).

A nossa missão na formação desportiva ficaria cerceada, caso não me fosse permitido exprimir, em forma de opinião, pormenores de postura que entendo serem de magnânime valor.
O desporto é, de facto, um fenómeno cultural alvo de várias alterações. Este conceito sofre mutações quase de modo instantâneo, na medida em que a sociedade evolui no redimensionamento de seus princípios e de seus valores. Desde a sua criação, como desporto moderno, pelos ingleses no século passado até aos nossos dias, evolui na sua gestão, métodos de treino, tipos e modalidades desportivas e, vem adaptando as suas formas prático-organizativas com o objectivo de o tornar acessível a todos os grupos da população que o desejem praticar.
Actualmente o desporto corre sério risco de acumular um conjunto de perdas morais que o descredibilizam socialmente como factor educativo. O sistema desportivo não pode continuar a abrir mão de um conjunto de princípios e valores que asseguram sentido cultural e formativo à prática desportiva

Esses princípios e valores têm de estar presentes em todas as dimensões e expressões da prática desportiva e são independentes do rendimento ou sucesso desportivos.
A aquisição de valores e princípios não se faz por imposição, por "decreto", pela simples leitura de documentos, é algo que se constrói, implicando, por isso, o seu "ensino" e a sua "prática".
O desporto integra a sociedade, ambos são regidos pelos mesmos sistemas de normas e valores. Assume-se como uma actividade cultural que se caracteriza intrinsecamente por possuir um valor educativo inestimável e a estimar. Com efeito, o desporto, pelas suas regras, objectivos e exigências implica, na sua prática, o esguardo por valores éticos e morais, tais como: a solidariedade, a honestidade, a disciplina, a paciência, a compreensão, o respeito pelo outro e pela regra, a superação, o trabalho, o esforço e muito mais, num elenco infindável de atributos.
As questões associadas à ética no desporto, e mais especificamente as que dizem respeito ao espírito desportivo e à tolerância, assumem hoje uma importância acrescida. Por maioria de razão, não podemos negar a relevância, nos diversos âmbitos, da prática e do espectáculo desportivo, mas há que reconhecer também que tanto a primeira como o segundo se revelam como campos especiais e rugosos, nos quais os fins – ganhar – parecem justificar quaisquer meios – a violência, a corrupção, a fraude; o querer ganhar a todo e qualquer custo, o doping, a deslealdade, a ausência de espírito desportivo.
É da responsabilidade pessoal e insubstituível de cada um – pais, professores, treinadores, dirigentes e também árbitros – o comportamento que exibem perante as crianças e jovens para as quais constituem um modelo de referência. No entanto, esses modelos são construídos e destruídos a uma velocidade vertiginosa. Importa pois, proporcionar aos jovens a oportunidade de conhecerem e conviverem com modelos positivos.
O acesso dos jovens à prática desportiva, hoje em dia, faz-se de forma generalizada (basta abrir uma porta e inscrições), o problema consiste em fazer corresponder essa prática a princípios educativos e morais.
Tais inquietações fomentam uma questão, sobre a qual vale a pena reflectirmos um pouco:
- Será que o modelo de desporto de rendimento, em que estamos enquadrados, com as suas elevadas exigências, estará a proporcionar aos nossos jovens, inferências e práticas desportivas correctas?
Nesta perspectiva, se é importante a divulgação e a defesa dos valores, princípios e mensagens éticas do desporto, como contributo relevante para a moralização do acto desportivo, importa de igual modo denunciar todos aqueles que contribuem para a criação de situações lesivas e atentatórias daqueles princípios.
A validade positiva da função social que o desporto desempenha tanto no plano formativo como no educativo, obriga os vários intervenientes, ao adequado conhecimento e tratamento dos efeitos perversos consequentes da sobrevalorização dos aspectos negativos do seu universo, geradores de atitudes e comportamentos opostos às finalidades de um desporto são e salutar.
Assim os preceitos de ética e de fair-play, por nós acerrimamente defendidos, não podem deixar de ser essenciais para a sobrevivência da Academia, sendo determinante para nós, fautores, que nos exponhamos como referência irrefutável para os jovens que connosco partilham o gosto pelo basquetebol, e desejavelmente exemplares nos mais distintos contextos.

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