Jogos 29 e 30 de Novembro

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domingo, 1 de maio de 2011

Tributo a Quen Gui


Quen Gui: In Memoriam
Faltar-me-ás, meu AMIGO!
É morbidamente engraçada a forma como sinto uma espécie de conforto nas coisas mais sombrias da nossa existência, na tristeza, nas lágrimas, no ódio, na cólera e em tudo o que visceralmente me apoquenta.
No entanto, quando a tristeza é fruto de momentos em que se perde alguém com quem se criou um vínculo, com quem se construiu memórias,
com quem tivemos tantos momentos felizes e maus juntos, a dor é quase insuportável, e choro sentidamente!
Tal pranto é o meu tributo aos que estimo; a exaltação de pessoas insubstituíveis. Chorarei eternamente o meu pai e a minha mãe!
E apesar de ser tão dolorosa a angústia desta separação eterna, a da morte, eu continuo a experimentá-la intensamente.
Hoje, mais uma vez, aprendi quanto importante é sofrer e experimentar o luto. Senti, de novo, a emoção estranhamente egoísta de que só se chora os mortos, quando estes têm significado afectivo imensurável. Com excepção de qualquer criança, ou dos fracos, não consigo chorar a morte de seres com quem não criei vínculos. Embora me doa, não sei chorar a morte ou o extermínio da humanidade, apenas indivíduos específicos... apenas choro por quem me toca o âmago profundo.
O momento da morte de quem muito apreciamos não é o mais apropriado para escrever ou falar dessas pessoas. Oportuno é, quando estão connosco e, por actos e palavras, lhes conseguimos fazer perceber o valor que para nós têm.
Todavia, no exacto momento em que parte, não poderia deixar de expressar o apreço pelo meu amigo Quen Gui.
A dolência tolda-me a razão, a emoção sobrevém e, por isso, escasseia o engenho para descrever tão dimensionado ser. Pressinto a falta que me fará!
Nem imagino como abstrair-me da sua ardil forma de comunicar e fazer sentir, a alegria dos encontros e dos passeios. As longas horas de conversa, com périplo por tudo, cereja a cereja. A lisura recíproca, cujos eleitos conto pelos dedos das mãos, e preservo tal qual octaedros puros, porque raros são.
Lembro-me perfeitamente, quando em 1975 no Académico (CAC), descobri um ídolo, uma referência. Quen Gui, vindo de Moçambique, como muitos que marcaram o basquetebol nos anos setenta e seguintes. Um homem afável e humilde de essência e no trato; sublime jogador que em qualquer arena exibia um elegante e perspicaz jogo, sustentado numa criatividade constante que atraía todo o amante do basquetebol, ou aficionado do que fosse.
Quen Gui foi sempre, antes de tudo boa pessoa, e adicionalmente um exímio jogador de basquetebol português, quiçá o melhor num tempo de grande ascensão sua.
Volvidos seis anos, 1981, no meu segundo ano no escalão maior e na antiga 1ª divisão do basquetebol nacional, tive a honra de com ele jogar. Que gosto! É nessa altura que a nossa amizade se consolida, ad eternum.
Ocorrem-me as dicas do meu sábio pai, para reconhecer os verdadeiros amigos. Reconhecem-se a léguas os atributos:
FIDELIDADE (ser fiel é zelar, respeitar, ser leal é ser verdadeiro);
CONFIANÇA (confiar é ser íntimo, é ser confidente, é valorizar);
CUMPLICIDADE (ser cúmplice é ser aliado, é cooperar, é compartilhar, é entender).
O Gui patenteou tal mescla de características.
Choro a tua inesperada partida!
Até qualquer dia!
Venerar-te-ei, para sempre meu AMIGO.

Coimbra, 30 de Abril de 2011
Rafael Baptista

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigada pelas bonitas palavras..
Diana Gui